sexta-feira, 23 de maio de 2008

Há dias que isto não me sai da cabeça...

Video fantástico, com imagens do Porto!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Lançar a confusão


O meu Ilustre Pai, desde a altura do meu estágio me dizia:
“Quando as coisa começam a ficar negras num julgamento, nada melhor do que lançar a confusão”
Há cerca de meio ano, finalmente, consegui pôr este ensinamento em pratica!
Então:
Dia de feira, na Vila onde exerço a minha actividade profissional.
Para muita gente é feriado municipal. Visitam as tendas de manhã cedinho e depois para onde é que eles vão, para onde?
É isso mesmo, para o Tribunal, assistir ao julgamento que “estiver a dar”, como quem assiste a um programa de televisão.
Levam para dentro da sala de audiências tudo e mais alguma coisa, cobertores acabados de comprar, sacos de ração para os pintainhos, vasos de flores, etc
E caixotes!

O Julgamento estava a ser complicado, estremas, esteios, marcos, delimitações, confrontações, enxada na cabeça do vizinho, enfim, tudo de bom.
A prova não me estava a correr bem, as testemunhas arroladas por mim, prestaram depoimentos vergonhosos e nada esclarecedores da posição que defendo.
Eis que entra a última testemunha arrolada pelo meu Ilustre colega, e começa a prestar o mais elucidativo de todos os testemunhos, com uma convicção absolutamente estonteante.
Olhei de soslaio para a Sra. Juiz e percebi perfeitamente que o depoimento estava a ser altamente valorado.
“Estou lixada, este gajo vai-me fazer perder a acção!”
A testemunha parecia um passarinho a responder ao Advogado da parte contrária.
Tudo ensaiadinho, a lição estudada na ponta da língua. Parecia um guião de um filme.
A Sr.ª Juiz dá-me a palavra, faço a devida vénia e começa a minha instância:
“Senhor fulano, então diga lá, há quanto tempo aconteceram os factos que nos trazem cá hoje?”
“Ai Sr.ª Dr.ª, há uns 7 anos.”
“Mas olhe que 7 anos é muito tempo, o Sr. lembra-se mesmo de ter visto, isto e aquilo e aqueloutro”
“Ó Sr.ª Dr.ª, então não me lembro!? Parece que foi ontem…”
E começa a debitar outra vez a cantilena que já tão bem tinha “cantado” em instâncias do meu ilustre colega.
“Ó Sr. fulano, isso o Sr. já referiu e exactamente com as mesmas palavras que me está a dizer agora.”
Eu estava a ficar verde!
“Ó Sr., fulano, isso parece uma cantilena, com todo o respeito que o seu depoimento me merece e que é muito, o Sr. parece um …”

E neste momento, ouve-se um resfolgar vindo de um caixote, na assistência.
O tumulto chama a atenção de toda a gente, e de repente, levanta-se uma senhora, com o caixote na mão, e diz corada.
“É um PAPAGAIO”

Digo eu:
“Srª Juiz, não fui eu que o disse!”
Pronto.
Estava lançada a confusão.




quarta-feira, 14 de maio de 2008

Os fatinhos e as pastinhas



Hoje estive presente numa coisa chata que se chama, “assembleia de credores”.
E quantos mais credores houver, mais Advogados se juntam.
Hoje, éramos aos verdadeiros magotes.
Cerca de 40 Advogados e Advogadas (mais aqueles do que estas, contrariando as estatísticas), tudo junto, numa sala de audiências.

Ainda esperamos uns bons 45 minutos, para que fosse aberta a assembleia e durante este tempo, mantive-me relativamente à parte… A observar, que é das coisas que mais gosto de fazer.

Só passados uns bons minutos me dei conta de uma coisa extraordinária:

Só EU não tinha uma pasta toda executiva, gorda, cheia de livros e códigos,
E só Eu não tinha um fatinho…

Ora, no que aos senhores Advogados concerne, eu entendo e subscrevo que devem apresentar-se devidamente “fardados” com um fato em condições, sapatos impecáveis e uma gravata jeitosa. E nada a opor quanto à pasta.

Agora quanto ás senhoras… eh pá, que monotonia brutal! Porquê, senhoras?

O panorama era mais ou menos este:
As senhoras Advogadas todas com os seus fatinhos da Sacoor, ou então, o que é pior, fatinhos da Zara, daqueles que brilham… (que só de olhar já me arrepiam) e sapatinhos bicudos. Ah e camisas de riscas… que já ninguém aguenta.

Os fatos eram quase todos da mesma cor e atrevo-me a dizer que alguns seriam até iguais!!
Tudo de cinzento, castanho ou creme, estes últimos são os meus favoritos, porque assim todas de creme vestidas, parecem um werthers original.

Para além disso, tinham todas umas pastinhas muito “Sr.ª Dr.ª”, invariavelmente castanhas, ou então, o que é pior, da marca “Cavalinho”, a condizer com a carteira. Jesus!

Pois eu, não gosto de fatos. São monótonos e enfadonhos.
Também não gosto de pastas, só atrapalham, a menos que tenham rodinhas.

No entanto, para a ala feminina desta profissão, parece que a única forma de afirmar o lado “doutor”, é vestir um fatinho e passear uma pastinha.

Não dá para mim… Gosto de vestidos, vestidos, vestidos, gosto de sapatos coloridos, altos, baixos, de salto fino, de salto grosso, de túnicas, de blazers com calças de ganga, de vestidos por cima das calças, de carteiras grandes e pastas com rodinhas, camisas brancas aos montes, enfim.

Enquanto esperávamos, comentei com um colega meu, esta minha posição quanto aos fatinhos e ás pastinhas

Diz-me ele: “É pá, veste lá uma calcinha de vinco e um blazer igual, ficas mais compostinha…

“Hã?!?!?!?! Eu já te digo o compostinha, queres ver?”

Chamaram-nos para entrar.
Sentaram-se cerca de 40 Advogados na plateia da sala de audiências, a Sr.ª Juiz e a Sr.ª Procuradora nos seus lugares e o Sr. Administrador da Insolvência na bancada que costuma ser para os Advogados.

Estava tudo pronto, a Juiz dá por aberta a Assembleia e pergunta se alguém tem alguma coisa a requerer.

Levanto-me EU.
“Srª Juiz, só ontem tive conhecimento do Relatório da Insolvência, ainda que o mesmo tenha sido apresentado pelo Sr. Administrador há 8 dias atrás, uma vez que o artigo “tal e tal” do código “tal e tal”, concede aos credores o prazo de 10 dias para se pronunciar sobre o mesmo e sendo que esse mesmo prazo ainda está a decorrer, Requeiro que seja suspensa a presente assembleia.”

Burburinho… Burburinho…

O Sr. Administrador opõe-se, mas a Juiz dá-me razão e defere o meu Requerimento.

Pronto. Missão cumprida, meus senhores passem muito bem.

Sai tudo da sala de audiências, num burburinho medonho, a maior parte deles desconte com o desfecho, entre eles o meu Distinto colega do “compostinha”.

E vamos todos embora.
Eles com os fatinhos e as pastinhas,
E eu, encantada da vida, com a missão cumprida, com os processos debaixo do braço e hoje, de vestido preto e sapatos verde alface…

terça-feira, 6 de maio de 2008

Work it, Make it, Do it, Makes us Harder, Better, Faster... Stronger

Tic Tac Tic Tac Tic Tac

Até fico com os nervos em frangalhos, quando penso que esta sujeita tem quse 50 anos...
... e por "quase" entenda-se 49, que é mesmo quase!
Mas sem querer, deparo-me com isto:
E respiro de alivio!