segunda-feira, 23 de março de 2009

Não há fome que não traga fartura.

E por isso vai mais um post. É que olhei agora para a minha agenda e não sei se tenho tempo para estas coisas, o resto da semana.

É só para dizer, que já me tinha esquecido da cena triste que é, calçar meias, estando prenha…
Ai. (Suspiro)
... Pausa...

Isto posto, não me venham cá com aqueles bitaites que é um estado de graça e é muito lindo e uma mulher grávida é uma coisa formidável e batatinhas e o caraças.

Tretas, ok? Tretas.

Isso seria se eu não continuasse a trabalhar como uma condenada, não tivesse um marido, um filho adolescente e uma cadela para alimentar, uma casa para gerir, um escritório para comandar, uma vasta carteira de clientes esquizofrénicos para aconselhar e um organismo filhodagrandeputa que retém todos os líquidos e me faz ficar perto da figura do boneco da Michelin.

Ora, portanto, deixem-se lá de colorir a pílula, que isto de estar prenha e terrivelmente activa, é um pincel sem tamanho.

Mas prendada, prendada, prendada, é esta menina aqui:


Já aqui deixei uma referência qualquer acerca da minha constante alternância entre a “Olívia Patroa” e a “Olívia Costureira”.
(É uns posts abaixo, se tiverem para aí virados é ir ver se faz favor.)

E hoje já aqui deixei um statement, puxando uma grande brasa para a minha minorca sardinha, afirmando que um dos meus predicados é ser prendada, right?

Pois bem, quando estou em prendada mode é neste blog que me encontro!
É simplesmente genial!

Quero tudo!
Quero TU-DO!!!

E prendada? Já disse que sou muito prendada?

Lambam-se com as minhas Cookies de chocolate.



Cara*#%»mafo?”#$%...

Pois é.
Foi preciso ficar prenha de uma gaja, para me crescer um rabo que eu não reconheço como meu, para me cair cabelo ás mãozadas, para ter borbulhas (LORD have mercy!!!) no focinho, para se me partirem as unhas, para deixar de dormir, para ter uma fome avassaladora e ganas de comer este mundo e o outro e para me NASCER O PRIMEIRO CABELO BRANCO.

O que vale é que a minha filha já pesa meio quilo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Estava a arrumar umas pastas e aparece-me esta coisa...






A minha Lenita quando era pequenina!!!!!







Estou passada


O que é que aconteceu aos “irmãos e Irmãs”, 3ª temporada, que dava na FoxLife?!?!?
Acabou?

Não acho normal.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Acaba de me chegar à secretária:

Um processo com um papelinho escrito pelo meu pai:

“Raquelinha,
Faz tu esta Acusação e Pedido Cível, que eu não estou para aturar estas malucas.
Os apontamentos estão dentro do processo. As testemunhas aos factos e aos danos também. A cliente é aquela senhora do pão-de-ló, coitada dela, é uma jóia, mas eu já não a consigo aturar.”

Seca do caraças, este género de merdas é vira o disco e toca o mesmo.

Abri o processo.
Ofensas à integridade física simples, ameaça agravada, dano e injurias.
Nas injúrias, entre muita caralhada, lá estava a melhor expressão que já me passou pelas mãos:

“Tu tens o pito podre”.
Que nivel!

Efeméride


Este Blog fez um ano de existência, no dia 14 deste mês.
Parece que foi ontem…

Teria muito para dizer sobre este ano de blogosfera, mas vai ter de ficar para uma próxima.
Agora tenho que ir ali estender as minhas pernas, que de tarde tenho muito que fazer e estar prenha suga-me as forças, caramba.


Imagem tirada daqui (adoooorooooo).

terça-feira, 17 de março de 2009

O Post anterior ...

... foi escrito, por causa DISTO (é favor abrir e ler, sim?!).

"Eu sou uma mulher bem resolvida." Masquéstamerda, afinal?



Para mim, muito simples, então:

Tenho 34 anos e antes de ficar prenha outra vez, era boa como um chouriço, pele bem tratada, mamas generosas, empinadas e mesmo minhas, vestia o 38 e andava sempre de saltos altos.
Sou de gargalhada sonora e riso franco, mas quando me fodem os cornos, nem os dentes me vêm.
Nunca gajo (ou gaja) nenhum, me pisou os calos.
Nunca gajo (ou gaja) nenhum, cantou de galo para mim, por mais de 2 minutos seguidos, que não levasse uma corrida diplomática (ou não).
No trânsito mostro, amiúde, o dedo do meio aos outros condutores, ás vezes mesmo sem razão.
Na profissão sou implacável, porque tive que lutar desde cedo contra os estigmas próprios de ser filha, neta, bisneta and so on, de Advogados, ser gaja e ser gira.
Contrario todos os dias os putos dos ritos da minha malfadada profissão, porque graças a Deus nunca me parou o cérebro.
Faço-me de estúpida, sempre que preciso de tirar alguma vantagem disso.
Contrario-me, a mim e ás minhas convicções, sempre que posso. Acho uma canseira pensar sempre da mesma maneira.
Uso o vernáculo com muita frequência, mas sou uma senhora.
Trabalho desde os 20 anos.
Casei-me com o melhor marido do mundo, que por coincidência é rico, e sempre que posso, tiro daí a devida vantagem.
Sou uma gaja trabalhadora e moderna, mas o meu marido é que paga as contas nos restaurantes, a luz, a água e etc e eu não me importo nada com isso. Compenso-o com roupa gira e sapatos bonitos, o cabelo e as unhas arranjados. Quero lá saber se pensam que eu sou só um móvel de luxo! O que interessa é que não sou e o meu marido sabe disso.
Para além de rico o meu marido é giro que se farta. As gajas ficam doidas.
E isso traz-lhe, a ele, inúmeras desvantagens, nomeadamente o meu poderoso mau feitio. Não tenho problema algum em fazer cenas de ciúmes. Se os ciúmes existem é para serem mostrados.
É como as multas processuais, foram feitas para se pagar e por isso contesto as minhas acções quase sempre com dois dias de multa em cima.
Tenho uma vida cinco estrelas, pese embora esteja sempre a dizer mal dela.
Tenho um blogue light, para bem da minha sanidade mental, mas sou convidada para palestras e debates, recepções e outras solenes ocasiões, escrevo coisas soberbas que não publico e tenho cargos de responsabilidade em órgãos colegiais.
Eu sou uma classe!
E estou-me a cagar para quem pense precisamente o contrário, porque eu sou uma gaja, muito bem resolvida.

terça-feira, 3 de março de 2009

Hello-oh!

...

Será que alguem ainda passa por aqui?
It´s all so quiet.

E eu tão precisada de um bocadinho de animação, péssóau!

Já estou como a Teresa:
Façam-me rir.

Plise?

Um burro carregado de livros, é um Doutor!

Sexo feminino.
Idade que situo entre os 30 e os 40.
Habilitações literárias: Pelo menos o grau de licenciatura.
Inscrita na Ordem dos Advogados.
Advogada de uma instituição bancária.

De um fax seu, com inúmeras gralhas e erros ortográficos graves, destaco com pompa e circunstância (and the Oscar goes to):

“em contra-se”

Sem comentários, certo?

Aurora.

Ficou viúva com 30 e poucos, tinha a minha mãe 5 e o meu tio 3 anos.
Foi de longe a melhor cozinheira de toda a humanidade.
Tinha um talento desmedido, fosse na decoração de bolos, na montagem de presépios, ou nos vestidos, que era a sua arte.
Desde que me lembro de ser gente, que amiúde e por largas temporadas, eu ficava na Rua Dias Ferreira, em Coimbra, em casa da minha avó.

A primeira vez que parti a cabeça, foi no Choupal, a fugir dela. (Ainda levei uma tareia por cima, para aprender a portar-me como uma menina e não como um rapaz enfurecido.)
Foi com ela que aprendi a fazer o pino, na areia da praia da Ilha de Faro, tinha a minha avó uns setenta e tal anos.
Eu cobrava dinheiro aos meus amigos de férias, para mostrar a minha avó a fazer o pino! Rendia mais, que vender bilhetes para ver um porco a andar de bicicleta.

Quando estava em casa dela, a alvorada, para todos sem excepção, era ás 7h da manhã.
Todos os dias a minha avó ía à Praça, ás 7 da madrugada, Senhor!
E todos os dias subia aquelas ladeiras desgraçadas de íngremes, desde a Rua da Sofia até à Dias Ferreira, cheia de sacos, carregada que nem uma mula, com comida que dava para alimentar dois regimentos.

Um dia, ofereceram-lhe um carrinho para as compras, para não subir aquilo tudo, carregadinha. Da vez seguinte que lá fui, ela continuava a carregar os 50 sacos que trazia da praça.
Porquê, Avó? Valha-me Deus, levamos o carrinho.
Só se fores tu, que a mim dá-me nos nervos essa geringonça, só me atrapalha.

Foi a única avó que conheci.

Não era avó de muitos mimos. Ou pelo menos de mimos exagerados e gritantes.
Ensinou-me a cozinhar, a bordar, a coser, a fazer bainhas, a fazer manjericos de comer, o vaso era esculpido em bocadinhos de cenoura e a folha era esparregado, fazia-os pequenininhos, de comer de uma só vez.
Aprendi a pintar paredes com ela e a desentupir canos, também.
A primeira manta de pacthwork fiz com ela, mas para a minha avó aquilo era uma manta de retalhos…

Há 13 anos ainda me fez quase todo enxoval do meu filho. Um mosquiteiro soberbo para o berço, lençóis em linho que ela foi desencantar sabe-se lá onde e que bordou, mantas e colchas e sei lá mais quantas coisas!

Há 13 anos, estragou o meu filho com mimos. Tadinho do menino que é pequenino. Dá-o cá para o meu colo que ele não gosta nada desse berço.

Tem hoje 97 anos.
E a vida está a ir-se dela embora. Devagarinho, serenamente.

A minha irmã veio do Alentejo, o meu tio está a chegar de Coimbra, para aquilo que deve ser a ultima reunião.

E eu, besta ordinária e egotista, choro que nem uma doida, porque só queria que ela conhecesse a minha filha.
Avó, aguenta até Julho.