quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

E dia 31, quando chegar a meia-noite…

…Vou estar a desejar:

Saudinha para todos os meus queridos, família e amigos. E já agora, inimigos também, que isto sem eles era uma chatice.
Dinheiro com fartura suficiente.
Alteração das leis fiscais, no sentido de considerar os cães como dependentes para efeitos de IRS, o que fazia da minha família, uma família numerosa, com todos os benefícios fiscais que daí advêm.
Discernimento suficiente para continuar fiel aos meus princípios.
Pagamento de todas as contas dos meus honorários, que se encontram em atraso, algumas que já transitaram do ano passado.
Que nada de mal aconteça à minha empregada doméstica.

(E talvez peça ao ano novo que me traga um feitio mais simpático, não para proveito próprio, mas para deleite dos meus próximos, que pelos vistos se vêem aflitos comigo.)

2009 passou num instantinho, caraças.

Efemérides:
Em Maio de 2009 faleceu a minha Avó, mas logo em Julho nasceu a minha filha.
É a lei das compensações a funcionar. Afinal o Universo devolve aquilo que retira, neste caso, o amor em estado puríssimo.
2009 levou-me um amor, mas trouxe-me outro.

As frases que retenho são:
“Soltem a parede”
“Arebaguandi”
“A bebé acordou… outra vez”

E é isto. Tudo o mais foi a vida a andar para a frente, sempre a trinta e nove e prego a fundo.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal

A todos, todos, TO-DOS!

(Rachel in minimal mode. É que nem tempo tenho para procurar uma merda duma imagem para aqui deixar…)

(Ah! É verdade! Rapidamente queria agradecer a prenda de Natal que o meu marido recebeu da empresa para a qual labuta e que a mim muito me encantou. Sei que do pêlo lhe sai, mas agradeço na mesma o carro novo, que veio com tudo de borla, de BOR-LA!)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O facebook é o recreio dos crescidos.

O facebook para mim, é um emaranhado de cenas que me põe zonza.
É muita informação ao mesmo tempo e eu não me desenvencilho de tanta actualização.
Aquilo está cheio de coisas que oferecem uns aos outros, ele é corações e árvores de Natal e beijos e sei lá mais o quê, tudo acompanhado de comentários muita dengosos e lamechas, as gajas a mandar beijos a outras gajas e as que receberam os beijos a retribuir com arvores de natal e corações e frases muita pirosas…
E os comentários ás fotos? Ui…
É evidente que lá pomos as melhores fotos, as que estamos mesmo bem, aquelas em que a família parece um postal ilustrado, aquelas em que o nosso melhor ângulo, está ainda melhor, nem que tenha sido tirada há 10 anos, quando ainda éramos magros e bonitos e jovens e etc.
Olha eu por exemplo! Não há lá uma única foto minha depois de ter parido a minha filha! Não faltava mais nada! Já basta ter que conviver pessoalmente com os amigos mais chegados, ia mesmo lá meter a prova da minha desgraça… só se fosse doida!
Só volto a por a minha face no livro das caras, quando estiver convencida que o pior já passou (e com pior refiro-me ás formas roliças).

E aquela cena que eu nunca entendi, mas que me parece ser muito popular, das quintas virtuais em que se tem que clicar em vacas para lhes dar de comer e sei lá mais o quê?!?!

Pois os meus nervos não aguentavam. Já me vejo grega para fazer andar a minha vida, era bonito se me metesse agora a brincar aos fazendeiros e a dar de comer ás vacas, como os putos fazem aos tamagochis. Morria tudo de fome logo no segundo dia.

Mas eu gosto daquilo, gosto de ler e cuscar a vida de toda a gente, mas o que verdadeiramente me fascina, são os nomes dos grupos que se vão criando.
Viva a fertilidade da sôdona imaginação!
Ontem aderi a dois que muito me encantam. Aderi, só. Porque nem vou ver o que vai lá dentro.

RedBull Air Race Lisboa 2010: EU NÃO VOU!
e
SÓCRATES - CONTINUAMOS A NÃO GOSTAR DE TI

Agora vou lá ver como se faz para ser fã do Pocoyo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ai que eu já nem me lembrava como era…

Hoje viajei de carro sem a minha filha de cinco meses no banco ao lado e conduzi em excesso de velocidade, a ouvir Muse com o volume no máximo e a fumar cigarros!

Foi O momento da semana. Talvez o do mês, até.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A suprema desilusão

Há aquelas (as desilusões) que são como a crónica da morte, que era anunciada.
Mas que não deixam de queimar por dentro, roer e corroer, da mesma forma, tal e qual como se fossem de todo inesperadas.
Se calhar até mais, porque sabemos que vai acontecer, que é fatal como o destino, só não sabemos é quando…

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Considerações

Pois que hoje acaba-me o prazo para uma oposição a uma execução e penhora, com impugnação de assinaturas.
Acaba-me o prazo para interpor Recurso de uma sentença em processo penal.
E acaba-me o prazo para uma Resposta a uma acção cível de diminuta importância.
Pois que está tudo começado e nada está acabado.
E o que eu estou a fazer?
Estou a escrever posts no Blog,
Estou a chegar os brinquedos, que a minha filha de quase 5 meses atira repetidamente para o chão (já sem me preocupar sequer em sacudi-los ou desinfectá-los, já só lhos dou e pronto)
Estou a ouvir o Canal Panda e a fazer horas para lhe dar o Cerlac.

Entretanto vou rezando a todos os anjinhos natalícios e ao menino Jesus que faça a miúda dormir, para eu me poder concentrar, acabar tudo quanto me falta, riscar essas tarefas do “to do” e respirar de alivio, sem ser necessário andar a minutar peças em contra-relógio, para entrarem no Citius até à meia noite.
Até porque logo à noite dá os Ídolos na têbê e não me apetece estar agarrada ás teclas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A posta vai ser longa. Eu acho que é de ler, mas vocês é que sabem.


Na última assembleia de comarca, fiz a seguinte intervenção:

"Com a implementação rigorosa das novas regras das circunscrições, o que se espera que aconteça no 2º ou 3º trimestre do próximo ano, o Tribunal da nossa Comarca deverá ficar com competência exclusiva. A competência exclusiva atribuída, ao que tudo indica é a executiva.
Em suma, a pratica da advocacia, como a conhecemos e praticamos, até hoje, deixará de existir.
Não querendo entrar em detalhes exaustivos, basta que façamos um exercício mental curto e com um exemplo de pouca significância, como o que vai custar aos clientes fazer seguir um processo crime, de um crime particular, para perceber o impacto nas questões verdadeiramente complicadas, já para não dizer, rentáveis, que serão de sobremaneira irremediavelmente afectadas."

Agora pausa. Respirar.

Porque isto foi o que eu disse e isto porque, ao contrario do que muitos podem pensar, mesmo sendo uma mistura entre camionista e estivador, sou uma senhora deveras profissional e não me expresso só através de palavrões, alarvidades e frases propositadamente mal construídas. Mas na verdade, no meu íntimozinho, o que lhes queria dizer era:

Coleguinhas do meu coração empedernido e desprovido de emoções, aqueles processos fajutos de injurias e merdas do género que fazíamos todos os dias, de olhinhos fechados e à ceguinho seja eu e que tão bom dinheirinhos nos traziam, porque davam pouco trabalho, nenhuma despesa e parece que não, mas no final do mês davam para pagar muita conta lá do escritório, esses processos, esqueçam, ok? Esqueçam, porque basta vir o primeiro e ver a confusão que vai ser mais o dinheirão que vai ter que pagar, que não vem mais nenhum.

Então vejam, vem o Armindo ali de trás das couves, ao vosso escritório e diz que quer seguir com queixa-crime contra o Berto que lhe gritou: “Vai levar no cú ó paneleiro”.
E vocês seguem com o processo.
O Armindo, que viveu sempre do trabalho, não tem poupanças, mas que porque tem paga e registada no seu nome, a casa em que mora e que construiu ele mesmo, com as suas mãos, durante 20 anos, a assentar tijolos ao fim de semana, não tem direito ao Apoio Judiciário, por isso, incha logo com 204,00 euros, para se constituir Assistente.
Depois temos que dizer ao Armindo que o Tribunal agora já não funciona aqui, fica a 50 km.
E também dizemos ao Armindo, que uma vez que o processo não corre aqui, vamos ter que lhe cobrar mais uns euritos, por causa das deslocações e que ele próprio vai ter que gastar ainda umas massas valentes, sempre que tiver que se deslocar ao Tribunal.
Depois a alturas tantas pedimos-lhe as testemunhas.
Vem o Armindo a enrolar o chapéu nas mãos muito nervoso a dizer que ai Srª Drª, ninguém quer vir servir de testemunha porque não têm transporte para tão longe, se fosse aqui tinha umas vinte, mas como é tão longe não sei se consigo levar alguém.
Dizemos ao Armindo que tem de andar da perna, senão bem que come pela medida grande.
O Armindo lá consegue convencer três pessoinhas, que no dia do julgamento vão com ele na carrinha de caixa aberta e como são um bando de aproveitadores, ainda mamam o almoço à custa do Armindo.
Ficcionemos agora, porque só mesmo no plano da ficção é que vai acontecer, que o julgamento do Armindo é feito na primeira marcação.
No dia, as testemunhas do Armindo, que mais pareciam possuídas pelo demónio, engasgam-se, atrapalham-se, metem os pés pelas mãos e não dizem nada de jeito.
Sentença: O Arguido beneficia do in dúbio pró réu e é absolvido.

O Armindo incha com as custas.
O Armindo recebe a nossa conta de honorários.

Quando vier pagar o Armindo vai dizer, ai Srª Drª, se eu soubesse que isto me ia custar os olhos da cara e os pêlos do cú, mais valia mesmo era ter ido levar nele.