quarta-feira, 31 de agosto de 2011

expemplificando

uma da tarde.
desce para almoçar de boxers e t-shirt de manga caveada.
barba de dois dias, melenas revoltas e por pentear, pernas musculadas de tanta bicicleta e tronco desenvolvido à custa de musculação e mais muita bicicleta.
eu dou-lhe um calduço e mando-o tomar banho e vestir-se, que não almoça naqueles propósitos.
"heish, mãe...."
leva mais um calduço, este com mais força, para acordar prá vida e por-se em condições.
e lá vai ele para a casa de banho a cantar com aquele vozeirão que mete medo, "óoooooooo mágico pooooooortooooo, graças a deus não nasci lampiãoooooooooo"
e eu fico ali, meio parva, a pensar quando é que eu fiquei mãe dum gajo assim.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

onde é que se lê, afinal?


daqui a pouco menos de um mês, sou mãe dum jovem de 16 anos.

e com esta frase me podia retirar e deixava a imaginação de quem lê a passear e a imaginar fotos a preto e branco de filhos crescidos e mães todas fahsion e essas coisas todas. 
mas não.
tenho de dizer mais duas ou três coisitas, sob pena de, não dizendo, me crescerem cogumelos atrás das orelhas.

eu farto-me de ler blogues e sites e crónicas e artigos de opinião e farto-me de me aperceber também, que a tralha toda que me passa pelos olhos, termina lá para os 10, 12 anos das criancinhas.

pois é. sobre adolescentes e jovens, muito pouco.

e depois, eu quero ler coisas sobre rapazes de quase 16 anos, que não sejam as previsões dramáticas do desemprego futuro, dos 30 anos a viver em casa dos pais, dos jogos de computador, do monstro facebook, das reportagens exacerbadas sobre festas com drogas e álcool em meios elitistas, da delinquência juvenil nos bairros degradados...
e nada.

se eu quero saber do aleitamento materno e dos primeiros passos das criancinhas, há milhões, milhões de escritos a esse respeito,

agora, se eu quero saber dos amores de verão, das escolhas da área cientifica, das saídas à noite, dos copos, das companhias, dos amigos prá vida, da moda juvenil de rapaz, dos desportos radicais na perspectiva das mães, das gajas que põe os nossos filhos doidos, da relação complicada entre uma mãe de 36 anos e um filho de quase 16, dos rapazes que são mais altos que as mães, da linguagem muito própria, do calão, do apetite devorador que parece que amanhã não vai haver comida, dos modos, da introspecção dos rapazes aos 16, da timidez ou excesso de confiança, da mania que sabem tudo, da musica, da musica que ouvem em casa, da musica que ouvem fora de casa, das anedotas que contam, do tipo de humor que consomem, dos filme que vêm, das conversas que têm uns com os outros, das conversas que têm com os adultos, dos paixões pelo desporto, nomeadamente pelo futebol, dos litros de perfume, da barba feita dia sim dia não, da dicotomia gilete vs máquina de barbear, do corpo de homem e cabeça de menino, das sapatilhas que cada tribo usa, as próprias variedades de tribos...

se eu quiser saber destas coisas, se eu as quiser saber contadas na primeira pessoa, relatadas por mães ou pais, vou onde, caraças?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PS

A imagem anterior é da net e a marca do desinfectante nada me pagou. Alias, nem é esta a marca que uso, fui só buscar num instante, uma imagem meramente representativa.
É só para que conste e para que saibam que aquela mão e principalmente a unha daquele polegar, não são da minha pessoa, tá bein?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

e é por essas do post anterior e outras...

... que tenho destas coisas nos meus gabinetes e desinfecto-me toda várias vezes ao dia


uns dizem que sofro duma compulsão maníaca qualquer, outros compreendem-me e perguntam como é que eu me vejo metida nestes filmes...
eu só encolho os ombros.

e quando achamos que já vimos tudo - o titulo clichê mas que aqui é o unico que serve

bom, já se sentaram nas cadeiras em frente a mim os mais variados espécimes de homo sapiens.
já me fartei de falar de pessoal maluco, pessoal malcriado, pessoal deprimido, pessoal chico esperto, pessoal que me fez ter ataques de riso, pessoal que provocou em mim ataques de fúria, pessoal que eu convidei a sair e pessoal que nunca mais deixei entrar.
mas ontem... bom, ontem sentou-se um pessoal medonho nas cadeiras em frente a mim.
a cliente é antiga, mas é uma rapariga nova. já lhe conheci um cento de companheiros, mas quanto a isso, nada!
nisto, aparece-me, para uma conferência previamente marcada, de namorado novo ás costas.
o gajo todo mal enjorcado, meio porco, até.
um ar de enfado que parecia que ía rebentar.
deitava-lhe um olhar de soslaio de vez em quando, só para apreciar o ar dele e ele sempre a revirar os olhos, a bufar de cada vez que eu começava uma frase... o rapaz estava decididamente muito contrariado por ali estar.
e depois aconteceu...

vi-o remexer numa mala que trazia a tiracolo.
retirou de lá de dentro qualquer coisa.
e eu comecei a ouvir: click ... clik ... clik ....


pah, o gajo estava a cortar as unhas!

vejo-me grega para cantar a par com ela, mas é muito espectacular





sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Luisinha, como é que o teu primo te chama?
"co a bóca"


isto nas férias foi uma coisa por demais!


a minha filha veio a falar pelos cotovelos e nós entendemos a maior parte do que ela diz.
espectacular!
entretanto, o meu filho, teve cerca de dez amores de verão.
muito espectacular!
já lhe disse que não quero noras. enquanto ele andar a saltar duma para outra, a minha alma não se maça.


entretanto...

... já passei quatro horas, QUA-TRO HO-RAS, do meu dia de ontem, no hair stylist.
gosto desta coisa moderna que chamam aos cabeleireiros, para depois cobrarem mais duma centena de euros por fazer do cabelo duma gaija, uma coisa em condições.

Entretanto, no meio daquelas quatro horas em que me fizeram umas madeixas californianas, me cortaram as melenas e me pentearam com ondas à artista de cinema, adormeci na cadeira em que se lava o cabelo e acho que fiz figuras muito tristes. não tenho a certeza, mas o rapaz que me esteve duas horas a tirar as pratas olhava para mim e esboçava aqueles sorrisos de quem está a abanar a cabeça negativamente...

 hoje vou alapar-me na cadeira da manicure e pedicure.


mais de resto, palmas para a creche da minha filha que está aberta em Agosto.
Deus vos abençoe e que nada vos falte nesta vida, que não há dinheiro que pague estas minhas horas de sossego e almoços sem berraria e chafurdice.

(é que a lide é dura e a criança é taliban)


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Enquanto fui e vim

Tenho o cabelo a bater-me no soutien e pareço a Maria Madalena arrependida
Estou mais gorda dois quilos

O tempo vai mudar, que eu tenho aqui uma dor no fundo das costas que me arrepanha a perna.

Hán? Que delicia de escrito, ora digam lá!