segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Os comentarios perdidos,

pois é, estou muito triste.
uma pessoa mata-se a trabalhar, vive durante dois meses em hoteis e deslocada de tudo e todos, não escreve no Blogue e o que recebe?
nada.

eu bem queria que fosse diferente, mas não é, eu sou uma pessoa insatisfeita por natureza

quero o que não tenho e quando tenho o que queria e não tinha, quero mais.
uma amiga minha costuma dizer que só deseja aquilo que pode ter
eu não.
eu quero tudo o que não posso e também quero o que os outros têm, uma cena deplorável, mas é assim a vida e de maneiras que é isto.
nesta conformidade, hoje apetecia-me ter:

 Gucci - um balurdio



Chloe - outro balurdio

Ray Ban - possiveis de adquirir sem ter de passar fome



E pronto, agora que tive os meus 5 minutos de gaja, posso voltar à minha forma real e vou trabalhar, mazé.



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sou de gostos simples, é certo, mas em contrapartida...

...na sexta feira, depois de três dias in-tei-ros à espera de vez e a assistir a verdadeiras palestras tipo a do Pedro aos peixes, cheguei a casa esmagada de admiração pelas alegações de quase três horas dum senhor que fez um brilharete.
um puto dum brilharete tal, que ninguém mas ninguém se levantou do lugar enquanto o senhor esteve a usar da palavra.
sim, é certo que agora, a frio, a retorica e a empolgação do momento, fizeram-nos, a nós profissionais, esquecer a substancia e o rigor jurídico.
mas sinceramente, até me estou positivamente a lixar, é que aquilo foi do outro mundo.
a sério.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As saudades que eu já tinha...

páh, eu tinha que vir aqui dizer isto, senão ainda me cresciam aquelas coisas entre os dedos das mãos que tinha o homem da atlantida....

eu sou uma rapariga de acção. não no tipo Tomb Rider de acção, mas no sentido profissional da cena.
isto quer dizer que não sou profissional dotada de capacidades, que eu considero de elevadíssima importância e ainda mais elevadíssima nobreza, que são as capacidades de ficar enfiada no escritório só a escrever, a estudar, a ler, a estudar outra vez e a ler e por aí fora.
não sou. eu sou uma rapariga que aprecia uma boa lide, aprecio litigar.

sucede que desde dia 4 de Janeiro passado, que tenho estado encerrada, quase cinco dias por semana, numa sala, com mais uma quantidade considerável de senhores que fazem o mesmo que eu, um senhor que defende a baliza e três senhores que só jogam ao ataque.

e esta freima tem sido levada a cabo na capital do império, que é como quem diz, já nem consigo com o cheiro do hotel que tem sido a minha casa neste ultimo mês e meio.

e nisto tudo, apesar de ser uma lide temerária, é uma lide, que em virtude da estratégia da defesa, me faz estar muda e queda toooodo o saaaanto dia. só a ouvir, a indignar-me, a tirar apontamentos, a indignar-me outra vez e de vez em quando lá me sai um comentário de indignação em sussurro, porque, como disse, a táctica é deixá-los poisar.

desta forma, todos os meus julgamentos e lides duras, têm sido, ou adiados, ou levados a cabo por colegas, que muito me têm feito bem e a quem muito humildemente agradeço e não esqueço de oferecer qualquer coisinha, quando cobrar os honorários que me competem.

mas eis que na quinta feira subi as escadas do tribunal de toga na mão, sem Ipad, com um processo cheio de folhas e despachos e postites e nada disse digitalizado, tudo ali, como manda o figurino de antigamente!
(no sitio onde tenho passado os meus dias, estamos dispensados do uso da toga e como os volumes do processo ascendem a um numero tão elevado, temos de ter tudo digitalizadinho no Ipad, maravilha da tecnologia, muito em voga entre os parceiros desta freima)

e como estava dizendo, na quinta feira passada fui fazer um julgamento.
Aaahhhhhhh!
A maravilha das inquirições, a maravilha das indignações da parte contraria, a maravilha das alegações finais, a maravilha disto tudo.

tão bom. soube-me tão bem...
era um processo pobrezinho, sem intervenientes processuais com nomes conhecidos, nem advogados de firmas com nomes impronunciaveis, dum crime que não implica sequer a intervenção dum tribunal colectivo, mas senti-me tão aconchegadinha, que até parecia que estava em casa.
uma mantinha nas pernas e estava tudo perfeito.
a bem da verdade, sou uma rapariga de gostos simples...


(em relação ao eis/heis: anónimo, tens toda a razão, devia estar bebada, ou assim)