sexta-feira, 1 de junho de 2012

mães, pedagogos, pedopsiquiatras, enfim, essa gente toda, ajudem esta alma inquieta, pela vossa rica saúde!

o que se passa é o seguinte e vou já directa ao assunto, que não vale a pena escamutear a verdade e isto anda-me a tirar anos de vida:
a minha filha recusa-se a dormir na cama dela.
não dorme no chão, não dorme na varanda, não dorme na cama do cão, nada disso.
dorme na minha cama.
não sei bem há quanto tempo, mas pelo menos desde que fiquei doente e deixei de ter forças para estar três horas no escuro, sentada no chão do quarto dela, à espera que madame fosse mazé para os braço do Morfeu.
e pronto. esta é a situação.
ora a teoria eu sei-a toda , lá lá lá, escusam de vir para aqui chamar-me fraca, que isso eu já sei, o que eu precisava, a bem da verdade era duma solução.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Queridas bestas que vandalizaram o meu carro:

Tiveram a primeira gentileza comigo, duas semanas depois de nascer a minha carrinha.
Um risco profundo, ondulado, duma porta à outra, uma coisa bonita.
Uns meses mais tarde, mais uma vez, outro risco ondulado, mas menos profundo e só numa das portas.
Há cerca de duas semanas, um riscalhão, dum lado ao outro da parte direita do automóvel, mais ou menos do meio para cima, para se ver bem e desta feita, daqueles que até sai tinta, portanto, uma vandalização das boas.

Agradeço-vos o facto de ter sido sempre do lado direito da viatura, seus cabrões.


terça-feira, 24 de abril de 2012

também é verdade que pouco ou nada tenho para dizer.
desde que este desgoverno, que é o conjunto de textos que aqui fui deixando, nasceu, cresci em todos os sentidos (expressão altamente inovadora), sendo que crescer para os lados foi o que mais me custou, nasceu-me a minha filha, que parece que não, não é só fofices, abracei um projecto novo (gosto da expressão, dá-me um ar sério), e com este projecto novo, decaíram quase para o zero as gargalhadas com a própria profissão, depois a crise e o caralho, deixou o pessoal taciturno e já nem eu me rio de mim própria. depois comecei a pensar duas vezes (só duas, mais não) no que escrevo, deixei de comentar blogues que gostava e os que não gostava também, enfim...

já não sei bem para que é que isto serve, sinceramente.
nem dinheiro ganho com esta merda, pah!

tenho saudades

... do tempo em que me divertia muito com o blog. com o meu e com os dos outros.
tenho mesmo muitas saudades...
muitas.
mesmo.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

caríssima eu:

já ninguém te aguenta.
sempre com a asa caída, o pêlo macilento, os olhos pequeninos...
(custa-me ver-te assim.)
tenho assistido, com muita mágoa, ao desenvolvimento negativo das minhas coxas e rabo.

e é assim a minha vida.

se estou preocupada com isso?
fuck yes! claro que estou! é evidente que sim!

se tenho feito alguma coisa para travar a desgraça?
não. envergonho-me, mas não.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Joana

A Joana é minha amiga desde que nasceu. Eu nasci primeiro, portanto, quando ela veio ao mundo, já eu cá estava.
Na verdade, a Joana nasceu e que remédio teve então, senão ser minha amiga.
E assim continua até aos dias de hoje.
Não sei bem porquê, porque na realidade eu sou péssima a manter as minhas amizades. Aliás, na realidade, eu não sei como ainda tenho amigos, principalmente desde que fui acometida desta condição física que me tem trazido triste, muda e queda.
A Joana é a minha mais "velha" e melhor amiga.

A Joana é do tempo em que na casa dos meus pais havia só um tanque com girinos que transformávamos em piscina nas férias de verão, um morangal, tangerineiras e a casa das bonecas.

A Joana é do tempo em que havia viveiros de lampreias em casa dos meus pais, com as ditas lá dentro, tantos eram os bichos desses que davam ao meu pai, na época delas.

A Joana é do tempo em que o engarrafamento do vinho verde era uma coisa do caraças e uma estopada sem fim, para quem, como eu, tinha que escrever e colar os rótulos pequeninos nas garrafas.

A Joana é do tempo das Caravanas do PSD com mais de 10 km de carros uns a seguir aos outros.

A Joana é do tempo das férias na praia de Faro, do bronze dela e dos meus escaldões.

A Joana é do tempo em que ainda havia papel de parede e alcatifa na casa dos meus pais.

A Joana é do tempo em que ainda não havia aquecimento central em casa dos meus pais, só salamandras, uma lareira, aquecedores e uma ou outra escalfeta.

A Joana é do tempo em que a minha mãe não nos deixava sair à noite.

A Joana é do tempo em que as duas tínhamos avós vivas e com saúde, a morar na mesma cidade, no centro do país.

A Joana é do tempo em que a Rua Dias Ferreira e a Rua da Sofia, em Coimbra, eram as nossas moradas durante grande parte das férias grandes.

A Joana é do tempo em que eu ainda não ia ao cinema, mas sabia o Top Gun de trás para a frente, tantas vezes ela mo contou.

A Joana é do tempo em que tirávamos as letras das musicas dos Gun's e cantávamos aquilo tudo.
E ainda:

A Joana vivia na Parede e estudava no St Julian's School e eu eu vivia em numa Vila do interior e estudava na Escola Secundária da minha área de residência.

A Joana era educada e direitinha, eu era estouvada e arruaceira.

A Joana descascava a fruta com os talheres e eu não.

A Joana quando vinha de férias trazia malas muito bem organizadas, com roupa impecável. Eu ficava parva a olhar para aquilo.

A Joana com 12 ou 13 anos, trazia na mala um perfume da Benetton e creme para o corpo, Nívea frasco grande azul escuro. Eu tomava banho e pouco mais.

A Joana era e é, sem esforço nenhum, arrumada, meticulosa e espartana, eu era desarrumada e desorganizada e hoje, para me contrariar, tenho de fazer um grande esforço.

A Joana tem, nos dias de hoje, roupa que vestia quando tínhamos 13 anos, eu não tenho uma única peça de há 5 anos atrás, quanto mais...

A Joana foi do tempo, esteve no tempo e é do tempo

E eu, que sou uma merdas duma amiga, ainda nem lhe perguntei como é que correu a operação do filho dela.




coisas que me fizeram sorrir, ditas da maneira que foram:

"... e eu lá fui falar com ela, que achou tudo muito optimo, mas depois levou-me um dinheiro enorme. eu saí de lá a achar aquilo tudo muito péssimo."

muito espectacular.

quarta-feira, 28 de março de 2012

E neste dá para ver a carinha fofa dos meninos e o pessoal do Porto, acho que no Sá da Bandeira a cantar a par com eles...

O Porto e as Canções

No Domingo, no programa dos Ídolos, um rapaz franzino, que eu não percebi bem se estava a deixar crescer o bigode, ou se não fazia o buço, cantou uma das mais lindas canções de amor.
Cantou-a bem e arrancou rasgados elogios do júri, quer pela cantoria em si, quer pela qualidade da canção que escolheu.
A mim é que nem sei o que me pareceu, assim cantada, sem as vogais abertas e o sotaque fozeiro d'Os Azeitonas.
Não é a mesma coisa, men!
Não se "rôba" a lua, rOUba-se a lua, pá!
Arrepio-me toda, lacrimejo até, sempre que ouço canções cantadas com a pronuncia do Norte, especificamente, do Porto.
Da mesma forma que me aconchega a alma, ouvir canções que cantem a cidade e que se estejam a marimbar se alguém, para além de nós, saiba onde é a "Avenida"...

Fica o bídio.


Nota: isto do bídio é no gozo. uma vez por outra lá resvala a língua e um vê é trocado por um bê, mas por via de regra, a malta sabe que vaca é vaca e não báca.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A entrevista do Rogério Samora

Foi preciso assistires à entrevista que o Rogério Samora deu àquele infeliz que é amigo dos jogadores da selecção, como é que ele se chama? bom, não interessa, o que quero dizer é que foi preciso estares empoleirado com esse teu corpanzil todo, no cadeirão de baloiço e assistires ás lágrimas do senhor, porque lhe morreram os amores da vida, a mãe e a avó, para que eu tivesse um sinal, assim como que uma epifania...
ali os dois, a ver o senhor debulhar-se todo em lágrimas, tu nitidamente com um nó na garganta, mas a fingir que nem estavas a ver, eu já prestes a largar a chorar, que o meu choro hoje em dia, como sabes é mais que fácil, um silêncio de cortar à faca, a ver quem mais faz de conta que as saudades dos amores da vida que já cá não estão, não matam um gajo por dentro...
depois, aquilo acaba e tu dizes: "eh pa, nem quero pensar se as minhas duas gordas me faltassem..."...
e eu, incrédula a olhar meio de lado, à espera duma tirada parva a rematar o comentário fofinho e...

nada!

ficaste-te por ali.

e quando ías a sair da sala, voltaste para trás, agarraste-me com força, com esses braços de metro e meio e deste-me beijos no cabelo.
e digo-te uma coisa, eu nem consegui dar-te beijos de volta, tal era a minha estupefacção!

estarás tu de volta? a voltar? de regresso a casa, my dear?
se calhar ainda falta, não é? estou a esticar-me.

mas foi preciso o Rogério Samora chorar na TV, para eu tomar consciência que se calhar afinal não está tudo perdido e um dia tu regressas, e és outra vez só meu filho.

foi preciso o Rogério Samora chorar na TV, para eu perceber que tenho de ficar ali, sentada à espera, naquela latitude e longitude, nas coordenadas certas do GPS, porque afinal, mesmo que vás ainda dar uma volta desgraçada e a 20 quilómetros por hora, tu já estás é de regresso a casa.

love,
mãe.

terça-feira, 13 de março de 2012

as pessoas não sabem

mas eu estive, e ainda estou, a padecer duma maleita, que me permite drogar-me, licitamente, todos os dias pela manhã, para ficar com complexo super-mulher e andar tipo como quem flutua, ou seja, um palmo acima do chão, e voltar a drogar-me, licitamente (reforço) pela noitinha, para que, quando o segundo pé entre na cama, já esteja eu na terra dos sonhos.
e agora falam-me em desmames.
claro que sim. isso e facas espetadas nos olhos. do médico.

agora a sério

aquela merda das saias curtas à frente e compridas atrás é bonito?

segunda-feira, 12 de março de 2012

Faróis bichéne

Ora bem, já tirei a senhora justiça de natal dali de cima e, até agora, já vou em 18 palavras, tirando o titulo.
Para começo de época, parece-me bem.
A minha escrita tem estado ao nível da escrita cuneiforme, dos sumérios e parece-me evidente que isso se sentiu por aqui.
Hoje, assim de repente, apeteceu-me.
Abri isto, vi que ainda estava como o deixei. menos mal! podia ter sido atacado, okupado por rastafaris sem abrigo, ou pior, podia estar na cloud perdido, uma vez que eu já nem me lembrava bem das passwords.
isto tudo... para nada dizer! aliás, à semelhança do que tem sido aqui feito, desde o começo.
e por agora é tudo, adeus e até ao meu regresso.
que isto da vontade de aqui escrever, é, para mim, como os faróis bichéne.
um mistério.