sábado, 12 de fevereiro de 2011

As saudades que eu já tinha...

páh, eu tinha que vir aqui dizer isto, senão ainda me cresciam aquelas coisas entre os dedos das mãos que tinha o homem da atlantida....

eu sou uma rapariga de acção. não no tipo Tomb Rider de acção, mas no sentido profissional da cena.
isto quer dizer que não sou profissional dotada de capacidades, que eu considero de elevadíssima importância e ainda mais elevadíssima nobreza, que são as capacidades de ficar enfiada no escritório só a escrever, a estudar, a ler, a estudar outra vez e a ler e por aí fora.
não sou. eu sou uma rapariga que aprecia uma boa lide, aprecio litigar.

sucede que desde dia 4 de Janeiro passado, que tenho estado encerrada, quase cinco dias por semana, numa sala, com mais uma quantidade considerável de senhores que fazem o mesmo que eu, um senhor que defende a baliza e três senhores que só jogam ao ataque.

e esta freima tem sido levada a cabo na capital do império, que é como quem diz, já nem consigo com o cheiro do hotel que tem sido a minha casa neste ultimo mês e meio.

e nisto tudo, apesar de ser uma lide temerária, é uma lide, que em virtude da estratégia da defesa, me faz estar muda e queda toooodo o saaaanto dia. só a ouvir, a indignar-me, a tirar apontamentos, a indignar-me outra vez e de vez em quando lá me sai um comentário de indignação em sussurro, porque, como disse, a táctica é deixá-los poisar.

desta forma, todos os meus julgamentos e lides duras, têm sido, ou adiados, ou levados a cabo por colegas, que muito me têm feito bem e a quem muito humildemente agradeço e não esqueço de oferecer qualquer coisinha, quando cobrar os honorários que me competem.

mas eis que na quinta feira subi as escadas do tribunal de toga na mão, sem Ipad, com um processo cheio de folhas e despachos e postites e nada disse digitalizado, tudo ali, como manda o figurino de antigamente!
(no sitio onde tenho passado os meus dias, estamos dispensados do uso da toga e como os volumes do processo ascendem a um numero tão elevado, temos de ter tudo digitalizadinho no Ipad, maravilha da tecnologia, muito em voga entre os parceiros desta freima)

e como estava dizendo, na quinta feira passada fui fazer um julgamento.
Aaahhhhhhh!
A maravilha das inquirições, a maravilha das indignações da parte contraria, a maravilha das alegações finais, a maravilha disto tudo.

tão bom. soube-me tão bem...
era um processo pobrezinho, sem intervenientes processuais com nomes conhecidos, nem advogados de firmas com nomes impronunciaveis, dum crime que não implica sequer a intervenção dum tribunal colectivo, mas senti-me tão aconchegadinha, que até parecia que estava em casa.
uma mantinha nas pernas e estava tudo perfeito.
a bem da verdade, sou uma rapariga de gostos simples...


(em relação ao eis/heis: anónimo, tens toda a razão, devia estar bebada, ou assim)




3 comentários:

Anónimo disse...

"Heis"? Que porra é "heis"?

Rachel disse...

heis, é a forma antiga do verbo haver na 2.ª pessoa do plural do presente do indicativo,

Anónimo disse...

???? WTF?


eis
(origem controversa)
adv.
1. Usa-se para apresentar algo ou alguém, geralmente presente ou próximo dos interlocutores; aqui está, aqui estão (ex.: eis a lista dos premiados; eis-nos aqui reunidos outra vez).
eis que: de repente (ex.: e eis que o pneu do carro furou quando saíram da rotunda).
eis senão quando: de modo inesperado, subitamente (ex.: o jogo parecia ganho, eis senão quando o adversário marcou um golo no último minuto).