Eu sei, porque já parti muita jarra de cristal e algumas de biscuit e com engenho e muita arte, lá montava aquela merda toda outra vez e fazia duas novenas à Santa Rita, a pedir que ninguém descobrisse. Lá punha a jarra no sitio, muito direitinha e, com sorte, ficava ali, aparentemente intacta até ao dia em que alguém se lembrava de pegar naquela merda para limpar ou mudar de sitio e aí... desmontava-se tudo e "ai quem partiu a jarra de bisquit" "ai quem fez isto" "quem foi, quem foi?" e ninguém se acusava. Tudo moita carrasco, ala que se faz tarde, tudo a assobiar para cima, "eu não fui" "quem eeeeuuuu? não fui eu".
Assim é o meu coração.
Tem uma capacidade invulgar de se aguentar partido.
Até ao dia em que alguém se lembra de lhe mexer, ou então até ao dia em que alguém lhe espeta um pontapé e o desfaz em mil pedaços.
E aí, eu choro que nem uma perdida.
Eu sei, eu sei, ele já estava partido, mas caralho, estava a aguentar-se tão bem, era preciso isto agora?
E depois fica tudo a assobiar para o alto, "não fui eu, não fui eu"
Mais valia eu ter dito, logo na altura, que o cabrão do coração se tinha partido, que estava em mil pedaços e que eu sabia bem quem tinha sido.
1 comentário:
É por isto que eu gosto de vir aqui...Belo Post!
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