daqui a pouco menos de um mês, sou mãe dum jovem de 16 anos.
e com esta frase me podia retirar e deixava a imaginação de quem lê a passear e a imaginar fotos a preto e branco de filhos crescidos e mães todas fahsion e essas coisas todas.
mas não.
tenho de dizer mais duas ou três coisitas, sob pena de, não dizendo, me crescerem cogumelos atrás das orelhas.
eu farto-me de ler blogues e sites e crónicas e artigos de opinião e farto-me de me aperceber também, que a tralha toda que me passa pelos olhos, termina lá para os 10, 12 anos das criancinhas.
pois é. sobre adolescentes e jovens, muito pouco.
e depois, eu quero ler coisas sobre rapazes de quase 16 anos, que não sejam as previsões dramáticas do desemprego futuro, dos 30 anos a viver em casa dos pais, dos jogos de computador, do monstro facebook, das reportagens exacerbadas sobre festas com drogas e álcool em meios elitistas, da delinquência juvenil nos bairros degradados...
e nada.
se eu quero saber do aleitamento materno e dos primeiros passos das criancinhas, há milhões, milhões de escritos a esse respeito,
agora, se eu quero saber dos amores de verão, das escolhas da área cientifica, das saídas à noite, dos copos, das companhias, dos amigos prá vida, da moda juvenil de rapaz, dos desportos radicais na perspectiva das mães, das gajas que põe os nossos filhos doidos, da relação complicada entre uma mãe de 36 anos e um filho de quase 16, dos rapazes que são mais altos que as mães, da linguagem muito própria, do calão, do apetite devorador que parece que amanhã não vai haver comida, dos modos, da introspecção dos rapazes aos 16, da timidez ou excesso de confiança, da mania que sabem tudo, da musica, da musica que ouvem em casa, da musica que ouvem fora de casa, das anedotas que contam, do tipo de humor que consomem, dos filme que vêm, das conversas que têm uns com os outros, das conversas que têm com os adultos, dos paixões pelo desporto, nomeadamente pelo futebol, dos litros de perfume, da barba feita dia sim dia não, da dicotomia gilete vs máquina de barbear, do corpo de homem e cabeça de menino, das sapatilhas que cada tribo usa, as próprias variedades de tribos...
se eu quiser saber destas coisas, se eu as quiser saber contadas na primeira pessoa, relatadas por mães ou pais, vou onde, caraças?