quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Para que não haja dúvidas - Isto não é um post feminista!


“Hoje em dia há muitos homens que se sentem intimidados por mulheres que são muito... mulheres. A presença feminina determinada, confiante e incisiva pode ser absolutamente aterrorizadora para homens que hoje vivem no século passado”

Li isto aqui, e fez-me lembrar que ando para cá deixar um post sobre isso, há já algum tempo.

No entanto, há que referir antes de tudo, que este blog não é dado a grandes dissertações e considerações extensas, com pretensiosismos de eloquência, sabedoria ou altivez.
Não.
É um blog simplório e tendencialmente adaptado às minhas, vamos lá, peripécias.
Ainda por cima, este tema é inesgotável, sendo que aqui vou só centrar-me na vertente da minha vida profissional.
(É que nem me atrevo a tecer qualquer consideração acerca disto, na vertente caseira, xiça!)

Depois de alguma e não foi preciso muita, reflexão, cheguei à conclusão que compito directamente com os homens, quer dizer com os homens não, com os gajos mesmo.

Andei eu convencida, ainda durante vários anos, que as gajas é que são invejosas, egoístas, ambiciosas e o meu adversário directo.
Mil perdões, estou a pontos de auto-flagelação, por semelhante injustiça!

Agora, estou plenamente convencida, que afinal elas invejam, quando muito, os meus sapatos ou as minhas carteiras, mas profissionalmente estão-se literalmente a borrifar para mim.
Na verdade, eu para elas também, no bom sentido, claro está.
Não me atrapalham, não me afligem.
E minhas amigas, sejam egoístas e ambiciosas à força toda!

A inveja e a soberba que os machos acalentam das fêmeas, é efectivamente muito superior e principalmente, mais perniciosa.
É com sobranceria, altivez e mecanismos de auto-defesa que se traduzem, invariavelmente, em ataques de mau tom, má educação e falta de formação, que os gajos “que hoje, vivem no século passado”, se defendem daquilo que não conseguem descortinar e que não é um ataque.
Eles pensam que é um ataque. Mas não é.

Mas por que raio, há-de um gajo pensar que quando eu sou “parte contrária”, estou munida de uma estratégia sinistra e bem congeminada (entre tachos e panelas, claro está), contra a pessoa dele, ou até contra o seu património?!?!?!?!

Ó amigos, eu SÓ estou aqui para trabalhar!
Eu SÓ estou aqui para fazer pela vida!
Agora, se ao fazer pela vida, tiver o saber, o engenho, a arte e o conhecimento necessário para alcançar objectivos elevados, tanto melhor! É porque me empenhei, é porque estudei, é porque trabalhei como o caraças, pá!
A que propósito hão-de vocês pensar que foi para vos quilhar a vida?
Eu quero lá saber da vossa vida para alguma coisa!
Eu nem reparo na vossa existência, quanto mais condicionar a minha, em prol da vossa desgraça…

Get a grip, ma mén.

Mas atenção, eu não tenho problema NENHUM com os homens e isto não é um post feminista!

Há-os bem resolvidinhos, corteses, bem-educados, solícitos, amigos e muito respeitadores do trabalho das colegas mulheres.

Agora, esses jovens adultos do sexo masculino, mal formados, com graves complexos de Édipo mal resolvidos, esquizofrénicos, deprimidos, mal casados, mal f**** e mal pagos.
Esses sim são piores que pragas de gafanhotos.

Uma mulher bem resolvida, confiante, segura e bem sucedida, está para esses fulanos, como as torres gémeas estiveram para o Bin:
Toca a manda-las abaixo!
(Ás vezes até num sentido estritamente sexual, o que também é extremamente insultuoso.)

A confiança, a segurança e o sucesso feminino, por regra, para os Édipos desta vida, tem uma, no máximo duas, explicações.
“A gaja abriu as pernas” ou
“Teve sorte, a cabra, eu digo-lhe como é, da próxima vez”.

Esses, os que ainda não conseguiram alcançar a confiança suficiente para bater de frente com uma mulher, sem subestimar, menosprezar e até gozar descaradamente, precisamente com o seu género (feminino), esses gajos é bater-lhes com um gato morto até ele miar, pôrra!

É que são gajos desses que, numa rodinha de machos, mas perto o suficiente da fêmea, dizem em tom de desabafo, mas com o propósito de nos esfregar com isso no focinho:

“É pá, é só gajas, elas agora são mais que as mães”.
Como se, de repente, tivessem aberto as portas das cozinhas e das sanzalas e o mercado de trabalho (principalmente aquele em que me incluo), tivesse sido inundado de ex-sopeiras, ex-mães, ex-esposas, ex-escravas…

Isto faz-me revolver as entranhas, como se estivesse um alien a rebentar de dentro para fora de mim.
Bolas, é que a razão é até bastante simples: nós somos mais em número, é só isso!
E é claro que agora se vêm mais mulheres! Então, se para cada homem, há 7!!!

Quer dizer, aproveitar o facto de estatisticamente haver 7 mulheres para cada homem, para exercitar e pôr em pratica o enxifranço sucessivo, o galanço brutamentes ou o papanço desmedido, tudo bem, os senhores batem palmas e até de pé se for preciso!

Mas, se à volta de cada gajo, há 7 gajas a querer SÓ trabalhar, sentem-se ultrajados, dá-se-lhes a fúria e desatam a marcar território como um cão com raiva, a bradar aos sete ventos que “calma lá que isto não é o Brasil e a conversa ainda não chegou à cozinha”!

Decidam-se.
Coerência meus amigos, coerência.
Rachel dixit.

5 comentários:

Miguel F. Carvalho disse...

e pensar que tudo começou com "Isto não é um post feminista"... lol lol

a mim tanto me dá trabalhar com homens ou mulheres... as minhas chefias curiosamente sempre foram mulheres...

acho que até são mais organizadas... têm é um problema: são muito mais indecisas na hora de tomar decisões...

Ventania disse...

Gajos desses têm um problema comum que cá pra mim se resume ao que costumo chamar de "complexo de pila pequenina". Não que interesse (para o caso).

Moi disse...

Alguns anos a trabalhar na área da justiça fazem-me ter a mesmíssima opinião. Por outro lado, a atitude é radicalmente diferente noutras áreas profissionais.

Tive e continuo a pensar que na justiça tudo cheira demasiado a mofo.

Kafkice ilegal

afectado disse...

Trabalho numa área onde observo muito do que aí dizes. Em pleno século XXI ainda há disso...

beijos

Celeste disse...

Imagina se trabalhasses na GNR ou na PSP. Tenho uma amiga na GNR e ela ficou grávida... tem sido um castigo aturar superiores e colegas com bocas parvas e pérolas como "as mulheres antes de virem para aqui deviam ser todas castradas" (???) até tenho pena dela...