segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cavaleiro Andante

Se eu fosse gaija para gostar que me fizessem cenas lamechas e pirosas, em demonstração de profundo amor, era gaija para ficar muito enternecida se me fosse cantada ao ouvidinho ou mesmo gritada numa bela duma serenata, o Cavaleiro Andante.
Há lá coisa mais linda!

Porque sou o cavaleiro andante
Que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito
As mágoas e as desventuras


Ui, e depois eu, ía ouvindo e de cabeça levemente inclinada, fazia um sorriso à monalisa…

Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe

Entretanto, a musica ía dando cabo do meu coração empedernido e à cabeça levemente inclinada e ao sorriso de monalisa, acrescentaria as mãos, que levaria ao peito, assim em jeito de Avé Maria…

Porque sou o cavaleiro andante
Que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito
Pois sabes sempre onde estou

E depois eu já nem podia de tanta emoção e de cabeça levemente inclinada, sorriso à monalisa, mãos no peito em jeito de avé maria, semicerrava os olhos…

Sempre que a rádio diga
Que a américa roubou a lua
Ou que um louco te persiga
E te chame nomes na rua

Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz

Já a estalar de tanto sentimento, de cabeça levemente inclinada, sorriso à monalisa, mãos no peito em jeito de avé maria e olhos semicerrados, uma lagrimita marota fintava a minha dureza e rolava face a baixo…

Podes vir chorar no meu peito
Longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado
No meu cavalo de pau…


Era lindo, não era?
Mas isso era se eu fosse gaija para gostar duma cena marada destas.

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